Imagine se pudéssemos criar pequenos cérebros em laboratório usando uma simples amostra de sangue. Parece ficção científica? Pois é exatamente isso que pesquisadores da University of Saskatchewan, no Canadá, estão fazendo. Esses microcérebros, desenvolvidos a partir de células-tronco, prometem revolucionar o entendimento e o tratamento do Alzheimer.

Os cientistas conseguiram transformar células do sangue em células cerebrais funcionais, criando microcérebros que, ao contrário da maioria dos organoides cerebrais, são compostos por quatro tipos diferentes de células cerebrais, e não apenas por neurônios. Isso os torna muito mais próximos de um cérebro humano adulto em termos de complexidade, abrindo novas possibilidades para estudar condições neurológicas como o Alzheimer.

A equipe de pesquisa está animada com as possibilidades. “Se as células-tronco podem se transformar em qualquer célula do corpo humano, por que não criar algo que se assemelhe a um órgão inteiro?”, questionam os cientistas. E se pudermos cultivar um microcérebro a partir do sangue de um paciente com Alzheimer, em teoria, esse pequeno cérebro teria as mesmas características da doença, permitindo um estudo mais profundo e personalizado.

Essa tecnologia pode ter um impacto significativo, especialmente em áreas rurais e remotas, onde o acesso a serviços de saúde é limitado. A ideia é que, no futuro, seja possível diagnosticar e tratar o Alzheimer apenas com uma pequena amostra de sangue, economizando recursos e melhorando a qualidade de vida dos pacientes.

Os primeiros resultados são promissores, e a próxima fase da pesquisa envolverá um grupo maior de pacientes. Além disso, os cientistas estão explorando a possibilidade de utilizar esses microcérebros para estudar outras doenças cerebrais e testar a eficácia de novos medicamentos.

 

A criação de órgãos em miniatura no laboratório não é uma novidade, mas vem ganhando cada vez mais atenção na comunidade científica. Esses miniórgãos, além de serem uma alternativa aos testes em animais, podem até ser combinados com inteligência artificial para o desenvolvimento de biocomputadores no futuro.

Essa pesquisa, apoiada pela Alzheimer Society of Canada, pode ser o começo de uma nova era no tratamento do Alzheimer e outras condições neurológicas.

Fonte: University of Saskatchewan